Enfim, depois dos dias felizes na praia, a volta para casa ocorreu de forma tranquila... Era fevereiro de 1995, o carnaval seria no finalzinho do mês... Eu estava bem, meu joelho quase nem doía... Amigos queridos estavam na cidade, lembro-me de irmos para as cachoeiras e até de um breve "affair" com uma pessoa linda, por dentro e por fora, que eu gostaria de ter conhecido em outra época... Poxa, eu estava apaixonada por uma pessoa com quem não tinha a menor chance... Aí, de repente, um lindo aparece... E eu ia fazer quimioterapia... Estão entendendo porque eu disse no outro post que é uma sacanagem misturar sorte com porcentagem? Hahahaha! Brincadeira, nem era questão de sorte... E foi como tinha de ser... Essa pessoa é um querido até hoje, a quem devo e amo muito, nem era tão próximo e se fez muito presente nos piores dias da minha vida... Serei eternamente grata!
Uns 10 dias antes do Carnaval, fiquei internada para fazer a primeira aplicação de quimioterapia... Estava assustadíssima e mal-humorada, vem a enfermeira "pegar" uma veia para passar a medicação, e ela "pica" e ainda erra... E "pica" de novo... E de novo... E a culpa ainda era minha porque estava muito nervosa, "as veias somem, fica difícil"... (palavras da enfermeira). A medicação era tipo um soro, mas coberto por algo preto... porque não podia ficar exposta à luz, além do protetor preto por cima, o quarto deveria ficar escuro, cortinas ou janelas fechadas... Tentei ler, mas desisti de tanto que os enfermeiros vinham "medir" temperatura e pressão... Dormir, seria impossível... Eis que, dormi um pouco e acordei berrando, a agulha tinha escapado e eu estava cheia de sangue, acho que acordei o hospital inteiro, tamanho foi o susto... Vem a enfermeira "pegar" outra veia... e assim foi repetidamente... Não passei mal no Hospital, não sentia muita vontade de comer e tive apenas uma leve tontura... Após 4 ou 5 dias, deixei o hospital e considerei que as aplicações seriam incômodas, porém suportáveis... Seria fácil!
Bastou chegar em casa para me arrepender das considerações acima... Passei super mal, cheguei a vomitar 18 vezes seguidas... Me sentia fraca, estava pálida e exausta. Irritadíssima... E isso durou uns 3 dias, depois melhorei, tudo voltou ao normal...
Uns dias depois, estava tomando banho, fui lavar o cabelo e caíram todos de uma vez... Eu sabia que iam cair, mas assustei como se não soubesse, e não sabia realmente que seria da maneira como foi... Achava que iam cair aos poucos e lá estava o chão do banheiro coberto com todos os meus fios de cabelos... Chorei... Minha mãe me abraçou... Nós já tínhamos providenciado uma peruca, lenços, chapéus, faixas e, mesmo assim, olhar no espelho foi doloroso... Ah, os cabelos simbolizam parte da vaidade, principalmente feminina, são como uma moldura num rosto e perder todos os cabelos de uma vez mexe com o emocional, com a autoestima... Lembro que me olhei no espelho e pensei que fui uma burra, deveria ter pintado meu cabelo de todas as cores antes de começar o tratamento, se eu não sobrevivesse, nunca mais teria cabelo... e, caso eu sobrevivesse, prometi a mim mesma que, assim que começassem a crescer ia testar uma nova cor... Acabei de me trocar, coloquei minha peruca chanel ruiva, um chapeuzinho branco e olhei no espelho novamente... Pronto! Já me sentia bem melhor...
Uns dias depois, estava tomando banho, fui lavar o cabelo e caíram todos de uma vez... Eu sabia que iam cair, mas assustei como se não soubesse, e não sabia realmente que seria da maneira como foi... Achava que iam cair aos poucos e lá estava o chão do banheiro coberto com todos os meus fios de cabelos... Chorei... Minha mãe me abraçou... Nós já tínhamos providenciado uma peruca, lenços, chapéus, faixas e, mesmo assim, olhar no espelho foi doloroso... Ah, os cabelos simbolizam parte da vaidade, principalmente feminina, são como uma moldura num rosto e perder todos os cabelos de uma vez mexe com o emocional, com a autoestima... Lembro que me olhei no espelho e pensei que fui uma burra, deveria ter pintado meu cabelo de todas as cores antes de começar o tratamento, se eu não sobrevivesse, nunca mais teria cabelo... e, caso eu sobrevivesse, prometi a mim mesma que, assim que começassem a crescer ia testar uma nova cor... Acabei de me trocar, coloquei minha peruca chanel ruiva, um chapeuzinho branco e olhei no espelho novamente... Pronto! Já me sentia bem melhor...
Oi Ju,
ResponderExcluirTô acompanhando suas postagens. Você está tratanto de um tema difícil com um texto tão lindo e intenso.Parabéns.
Muita força aí amiga, que o Eterno seja a tua fortaleza.
beijos
Que dificil tudo isso!
ResponderExcluirQue esteja tudo certo agora!
:D
Estou te seguindo
Vim la da comunidade do orkut!
Se puder...
http://www.cris2selene.blogspot.com/
que trite :'(
ResponderExcluirde uma visitinha no meu blog
http://bruna-umagarotanormal.blogspot.com/
estou ti seguindo *_____*
Estou te seguindo Juliana, seu texto me emocionou.
ResponderExcluirVoltarei sempre.
Dá uma passadinha no meu
http://vibrealma.blogspot.com/
Bjos