28 de fev. de 2011

Marisa Monte - Gentileza

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A cena do dia!

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     Bom, quem me conhece, sabe que eu reparo em gentilezas... Acho lindo! Não, não sou a pessoa mais gentil do planeta, longe disso... Bom, já cedi meu lugar numa fila para uma pessoa mais velha, já viajei em pé no ônibus para que uma mulher que carregava uma criança no colo se sentasse, já ajudei uma senhora no supermercado olhando os preços dos produtos, pois ela não os enxergava... Enfim, pequenos gestos... O fato é que reparo!
     Ser gentil é a capacidade de olhar o outro... Para mim, é o gesto de abrir uma porta, carregar um pacote, ceder o lugar, oferecer um ombro amigo, dar uma flor, enfim sensibilizar-se. Ah, sei lá, eu devo ser muito sensível, piegas e romântica... Às vezes, acho que nasci na época errada... Vai ver é isso...
     Eis que hoje fui ao médico com a minha tia, paramos o carro em frente ao consultório, uma chuva que Deus mandava, uma tempestade mesmo, não dava para descer do carro, ficamos lá esperando a chuva diminuir um pouco. Passado um tempo, vejo a cena do dia: um senhor saindo do consultório de braços dados com sua esposa, aproxima-se do carro, abre a porta para a mulher, fecha a porta, dá a volta no carro, entra e vão embora felizes! Poxa, estava chovendo, sei lá, ele podia ter ido direto sentar-se ao volante... E, no entanto, pacientemente, gentilmente foi abrir a porta para a mulher primeiro!
     Achei a cena linda! Acho realmente belo quando um homem, principalmente um homem, realiza estes gestos para com uma mulher! Pena que eu não conheça muitos homens gentis...
     Como já dizia o profeta:

José Datrino, mais conhecido como profeta Gentileza (Cafelândia, São Paulo, 11 de abril de 1917 — Mirandópolis, São Paulo, 28 de maio de 1996) foi uma personalidade urbana carioca, espécie de pregador, que tornou-se conhecido a partir de 1980 por fazer inscrições peculiares sob um viaduto no Rio de Janeiro, onde andava com uma túnica branca e longa barba. "Gentileza gera gentileza" é a sua frase mais conhecida. (Wikipédia)


27 de fev. de 2011

Lembranças de minha infância...

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     A primeira lembrança que me leva a infância é a presença de meus pais: minha mãe, sempre exageradamente zelosa e amorosa. Meu pai bebia... e, quem conviveu com um alcoólatra na família, há de compreender melhor, como é difícil...
     Há muitos filhos de pais alcoólatras que amargam a triste sina de presenciar ou de sofrer a violência por parte daquele que assumiu a responsabilidade de proteger e educar. Não, meu pai não me batia... Mas desde muito pequena, era-me constrangedor e doloroso ver e presenciar as discussões e brigas que ele provocava em casa, sob o vício do álcool tornava-se desequilibrado, implicante e agressivo. Qualquer coisinha era motivo para discussão... E, vi, por mais de uma vez, ele agredir minha mãe... É doloroso crescer com isso, parece que as imagens e cenas ficam gravadas na gente para sempre...
    Em seguida, lembro do meu irmão, com um carinho enorme. Fecho os olhos e consigo lembrar dele pequenininho, a imagem que me vem à mente: eu devia ter uns 3 anos e estava ajudando minha mãe a banhá-lo... Enfim, crescemos brincando e brigando juntos...
    Vasculho a minha mente em busca de lembranças, e uma cena em particular, me pede explicações...
    Certa noite, estávamos eu e meu irmão correndo pela casa, e um de nós esbarrou no rádio-relógio que ficava no quarto dos meus pais. É óbvio que o rádio-relógio caiu e espatifou-se. Porcaria de rádio-relógio, meu pai promoveu verdadeira tortura psicológica para saber quem o havia quebrado. Não sei se meu irmão lembra disso, eu sei que lembro nitidamente, e minha consciência ainda hoje me pede satisfações. Realmente, não sei quem quebrou o rádio-relógio, mas devia ter dito que havia sido eu e pronto... essa cena me vem à mente com uma certa frequência... Ah, se tivesse como voltar nesse dia...
     Em meio às lembranças tristes, surgem também lembranças maravilhosas e engraçadas... Lembro do meu irmão ser meu companheirinho de jogos e brincadeiras na rua, lembro dele fazer um foguete espacial com um daqueles carros infantis (parecia um fusca) e quase explodir a casa, de jogarmos vídeo-game juntos, dos desenhos animados, de brincar que éramos os "thundercats", ele tinha o thundertanque e um monte de bonecos... Lembro da gente cantar e dançar embaixo da ameixeira que havia no quintal de casa... E, como ele gostava de ameixa! Lembro de irmos à igreja juntos, das viagens para a praia, dos momentos maravilhosos com os primos nas casas das avós...
     Ah, as avós e avôs merecem destaque especial em minhas lembranças, saudade imensa de quando todo mundo se reunia na casa da vó Lica, e o vô Atílio ficava contando histórias de terror ou levava a criançada no quarto dele para tocar e ouvir bandolim e violão... E, quando todo mundo inventava de pular na bicama de mola como se fôssemos super-heróis?
     Delícia reviver esses momentos, lembrar das histórias que a vó Lica contava de quando era criança, de jogar bingo com os netos e ensinar todo mundo a contar em italiano hahahahaha! E os pães q ela fazia... que saudade!
     A casa da vó Ana, também me traz ótimas lembranças... O vô Alcides, sempre amoroso! Aquela turma de netos correndo pela casa deles, a vó descascando laranja para todo mundo, contando historinhas... Ela fazendo crochês lindos, a criançada fazendo da rampinha de entrada da casa dela um escorregador...Os churrascos que até hoje acontecem, as roscas e pães... Ô coisa boa!
    E, hoje, vejo que muitas lembranças boas ficaram na memória. Apesar do vício, sou grata ao meu pai, é claro que tenho mágoa de algumas situações, mas por outro lado, vejo que embora ele bebesse, nunca deixou que nos faltasse nada. Era trabalhador e honesto. Nos dias em que não bebia, era brincalhão e alegre... Brincava conosco de pique-esconde, jogava vôlei na rua, levava a gente no clube para nadar. Adorava nadar com o meu irmão. Levava a gente ao cinema, ao circo, às festas populares, para tomar sorvete, comer pizza... Às vezes parecia meio envergonhado, e, ao seu modo, tenho certeza que ele nos amou. Hoje ele não está mais entre nós, faleceu em 10/07/2001... E, desejo de coração, que esteja bem onde estiver! Às vezes, fico pensando que poderíamos ter feito melhor... Todos nós... (pausa para chorar).
     Das amigas que não eram tantas, lembro-me da Fernanda, da Luciana e do Jorge, meus vizinhos... Do grude que eu era com as minhas primas Patrícia do lado paterno e Eliane do lado materno, hoje mal nos vemos... Ah, lembro da Laís, da Taninha, da Audrey, que eram vizinhas da minha vó em Andradas e minhas companheiras de brincadeiras nas férias... Detalhe, A Taninha é minha amiga até hoje, grande amiga mesmo!
     Lembro das brincadeiras de rua como amarelinha, pique-esconde, pique bandeira, passa o anel, pular corda, andar de bicicleta, subir em árvore, brincar de cantar, dançar, apertar campainha alheia, brincar de casinha e de boneca, das aulas de balé, das festas de São João e dos Natais...
    Minha mãe sempre presente, cuidava dos afazeres domésticos, vigiando nossas brincadeiras, colocando hora em tudo: hora de fazer dever, hora de tomar banho, hora de brincar, hora de dormir... Lembro dela dizer quando engolíamos uma semente de laranja que nasceria uma laranjeira dentro da barriga e às vezes, sério mesmo, ficava imaginando que tinha um pomar na barriga. hahahahaha
    Ela também dizia: "Cuidado, não engole o chiclete que além de poder engasgar, ele vai grudar na sua barriga e vai ficar tudo colado lá", " Tem que comer fruta e verdura para ficar bonita e forte, você quer ficar feia?"
     Tão carinhosa e preocupada conosco... A gente não podia espirrar que ela já corria para o médico... Até hoje ela ainda fala: "coloca um chinelo no pé que você vai ficar doente menina!" hahahahaha E tenho mais de 30 anos!
    Lembranças... Eu continuaria lembrando, infinitas são as lembranças que me ocorreram ao escrever, chorei e ri, lavei a alma duas vezes, mas não devo alongar ainda mais o texto.  Pena que não havia câmera digital!












Como somos pequenos...

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   Eu, desde criança, adoro olhar o céu, observar estrelas e a Lua. Ah, a Astronomia, uma das mais antigas ciências. Não, não tenho conhecimentos profissionais sobre o assunto...
   Quem nunca se perguntou: “De onde viemos?”, “O que fazemos aqui?”, “E para onde vamos?”


    Eis aí a nossa galáxia! Via Láctea!
    Estão vendo o lugarzinho que o Sol (sistema solar) ocupa na galáxia? Pequeno, não é?
    Ninguém sabe com precisão quantas galáxias existem no Universo, mas a nossa, a Via Láctea, é apenas uma entre bilhões.
    “Em dezembro de 1995, por 10 dias consecutivos, o telescópio espacial Hubble manteve-se observando uma pequena região do céu, próxima ao pólo norte celeste, na constelação Ursa Maior, onde até então não se via um único objeto. O resultado dessa imagem de longa exposição foi além do previsto. Foram fotografadas milhares de galáxias, nunca antes vistas, nos mais diversos estágios evolutivos, algumas delas a mais de 12 bilhões de anos-luz da Via Láctea. Com base nessa imagem previu-se entre 2 e 3 milhões de galáxias por grau quadrado do céu, ou seja, entre 80 e 120 bilhões de galáxias possíveis de serem observadas pelo Hubble em todo o universo. O número real de galáxias existentes pode ser bem maior (10 vezes mais?), uma vez que mesmo através de um telescópio possante como o Hubble não podemos ver um grande número delas, devido aos seus poucos brilhos, ao fato de serem apêndices de outras galáxias maiores, à absorção de suas luzes por nuvens intergalácticas etc“.
(fonte: http://www.observatorio.ufmg.br/pas08.htm)



    Carl Sagan uma vez disse: “A Astronomia é uma experiência de humildade para o homem”. Cada vez que penso na frase,  mais me reconheço pequena...
    Ridícula e orgulhosa posição de importância que os seres humanos  atribuem a si mesmos... Como somos cegos...
    Minúsculos grãos de areia na imensidão do espaço...
    E no entanto, o tempo todo, uns se julgam mais que os outros, vivem de acordo com “status”,  sei mais porque estou numa posição melhor, tenho mais porque estou numa posição melhor,minha faculdade é melhor que a sua, minha profissão é melhor que a sua, minha roupa é melhor que a sua, minha casa é melhor que a sua, meu carro é melhor...
    Como falta humildade...
    Termino, deixando um link


    Um pouco mais do nosso lugar no espaço!
    Boa viagem!

Aprendi ...Walt Disney

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Não espere nada de ninguém...

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     Dura lição... Inevitavelmente vamos nos decepcionar algumas vezes ao longo de nossa caminhada. Também é possível que decepcionemos algumas pessoas, inclusive a nós mesmos.
     Um bom número de pessoas vão cruzar nosso caminho: familiares, amigos, colegas, conhecidos, namorados etc.
      E não importa quanto bem façamos, basta um único deslize, uma palavra mal interpretada , uma brincadeira, um pequeno erro e tudo de bom será esquecido... A lembrança do ruim prevalece...
     Muitas coisas me fizeram parar para pensar sobre isso... Às vezes, fazemos o que os outros querem que façamos e não o que realmente queremos fazer. Às vezes, nos doamos tanto a uma certa pessoa, (familiares, amigos, namorados) e, acabamos desejando e esperando que essa pessoa faça o mesmo por nós... Ledo engano. Não adianta você lembrar quantas vezes esteve ao lado dessa pessoa, não adianta considerar que essa pessoa é ingrata, ou isso e aquilo... É claro que nos magoamos, mas por egoísmo, por esperarmos demais dos outros...
     Cada um de nós tem livre arbítrio para fazer suas escolhas...
     Pessoas são imprevisíveis... E sentem, agem e reagem de maneiras distintas...
     Então, não importa se você olhou o filho pequeno da sua amiga para que ela pudesse ir numa festa... Se um dia, você precisar que ela olhe alguém ou faça algo por você, ela simplesmente PODE dizer: “eu não posso”, é um direito dela.
     Não faz muito tempo, senti uma raiva terrível por um amigo... Pedi um favor a ele, estava desesperada para conseguir ingresso para o show do U2... Disse assim: por favor, eu deposito o dinheiro para você e você compra o ingresso na bilheteria para mim. Resposta: “Oi Ju, fala com o Ricardo (um outro amigo) voraz q ele arruma p/ você“.
     Isso doeu em mim, lembrei de inúmeras coisas, das vezes que o recebi na minha casa, das vezes que fiz favores, das vezes que comprei pacote de Carnaval e até de uma vez que passei uma roupa para esse amigo, não me conformava...Aí que, no impulso da raiva, falei um monte, xinguei mesmo... E, na verdade, já implico muito com esse amigo... Sei lá, acho que mudou muito, sempre ocupado e várias vezes grosso... Mas é um direito dele... Todos nós mudamos, melhoramos em algumas coisas e pioramos em outras... Talvez eu seja muito crítica e egocêntrica, mas certas atitudes realmente doem em mim...
     Mas, analisando o fato novamente, revejo o tamanho do meu egoísmo, embora não custasse nada ele me fazer essa gentileza, ele tinha o direito de optar entre fazer ou não... 
     Senti raiva por egoísmo, porque algo não foi feito como eu queria... Enfim, por esperar demais dos outros...
     Será que somos todos egoístas? Vivemos esperando mais e mais dos outros? Mais e mais de nós mesmos?
     Não esperar, eis a arte! Estou trabalhando o conceito de não esperar nada de ninguém, ainda tenho muito a melhorar, mas o fato de já ter compreendido tão simples conceito, por ora, me satisfaz!
     Caso discorde... Senta e Espera!













25 de fev. de 2011

Monólogos

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     Em teatro ou oratória, um monólogo é uma longa fala ou discurso pronunciado por uma única pessoa ou enunciador. O nome é composto pelos radicais gregos monos (um) + logos (palavra, ou idéia)
    Monólogo é a forma do discurso em que o personagem extravasa de maneira razoavelmente ordenada seus pensamentos e emoções, sem dirigir-se a um ouvinte específico.
    Sendo eu, supostamente, a personagem mais importante da minha própria história, acredito que lido melhor com aquilo que analiso em momentos introspectivos/reflexivos, recheados de criatividade, bom-humor, sarcasmo e ironia à serviço de um mundo melhor! Isso mesmo. É possível! Meu mundo torna-se muito melhor! Hahahahahahaha!
    Ah, o sistema! "O sistema social que nos limita é o mesmo que nos incita a sermos felizes, geralmente através da compra e venda, seja de produtos, de ideologia, ou de um estilo de vida." Li isso em algum lugar e, concordo!
    Assim, aprendemos a negociar ou a impor os nossos sentidos e sentimentos. Queremos inclusive que o outro sofra o que nós sofremos, que ame como nós amamos, o que é impossível, pois pessoas são diferentes. Podemos ser solidários, podemos ser piedosos, mas sentimos de modo distinto. E cada um de nós "sabe a dor e a delícia de ser o que é". 
     A criatividade, bom-humor, sarcasmo e ironia servem para diluir o dia-a-dia, tornando-o mais palatável. O segredo é a dosagem!
    Criatividade, entendida aqui como "o processo de mudança, de desenvolvimento, de evolução na organização da vida subjetiva". A capacidade de tornar-se sensível a problemas, de identificar a dificuldade e buscar soluções. Neste quadro o (bom) humor e a ironia não são valorizados; especialmente por quem se leva muito a sério o que, em realidade, é muito triste. Às pessoas muito sérias falta um pouco de autenticidade. 
   Considero que meu bom humor e minha ironia (ainda que, às vezes, ferina) são terapêuticos! Poder rir de algo que já me fez chorar é extremamente bom!
    Por vezes, sinto necessidade de desabafar, principalmente comigo mesma, analisar com um novo olhar uma situação, uma pessoa ou um momento...  Transformar em palavras o que percorre o meu pensamento. E outras vezes, basta-me rir ou chorar. Dizem que lava a alma. Não tenho vergonha disso.
   Portanto, encontraremos aqui: meus solilóquios, minhas conversas comigo mesma, meus monólogos!